O FUTURO DO RUGBY PORTUGAL E DO RUGBY EM PORTUGAL

O FUTURO DO RUGBY PORTUGAL E DO RUGBY EM PORTUGAL

Nota Prévia

O seguinte texto, separado por cores em função da importância e teor da informação a transmitir, serve para explicar um pouco as perguntas que recebi referentes ao nosso funcionamento e actualização, tendo por base a comparação com o trabalho realizado no ano passado, a temporada de 2008/2009.

A humildade e o respeito pelo esforço de todos motivam este artigo, pois não me considero enquanto autor, um indivíduo superior a ninguém mas apenas um membro de uma boa comunidade, que tem tido o privilégio de tentar colmatar, com muita ajuda, uma necessidade e lacuna do colectivo, conhecendo no processo pessoas que de forma sincera e bem-intencionada se solidarizaram com um projecto novo e diferente dos anteriores em Portugal.

Talvez assim seja possível explicar a quem de direito porque é que ainda não me foi possível aceitar todos os convites e solicitações, visitar todas as entidades/pessoas que nos convidaram ou que gostaríamos de conhecer pessoalmente ou rever e, mais importante, dar um salto qualitativo no que concerne à apresentação gráfica e organização (financeira e logística) deste espaço.


Carcavelos, 20 de Março de 2010,

Compreendam os nossos leitores que, como é óbvio, gostaríamos de manter, nesta temporada, a mesma frequência de notícias (e rescaldos) que nos valeu elogios e reconhecimento na época passada mas que, depois da ida a Brive, no Verão, com a Selecção Nacional Sub-17 e da cobertura intensiva do Europeu de Sub-19, que decorreu na Região de Coimbra, duas acções muito ignoradas (e em alguns locais até difamadas, por culpa da inveja de terceiros), não sentimos vontade e motivação para manter.

Numa temporada em que parte da nossa comunidade, pese embora o crescimento pós-mundial 2007, ainda pequena, continua a fazer um pouco de conta que, em termos de comunicação social, nada mudou de um ano para outro, fazendo da informação um bem privilegiado e de difícil acesso, quando o bom senso e o interesse no desenvolvimento deveriam impor uma maior abertura ao público, sobretudo nos temas a explorar, é muito difícil, senão impossível, sem apoios ou ajuda, manter a frequência das publicações e estar presente nos eventos.

Criei este espaço com um simples objectivo: congregar a máxima quantidade de informação possível sobre o rugby nacional, abordar e escrever sobre todas as realidades que compõem o rugby português do norte ao sul, não esquecendo as ilhas, e inspirar uma comunidade muito propensa ao aparecimento de blogues, mais ou menos anónimos, conforme o "espírito de missão" do seu autor e/ou o seu nível de notoriedade, a apoiar e iniciar um projecto semelhante a este, com mais pessoas, sustentado em termos logísticos e financeiros, e capaz de ter um visual mais arrojado do que o do Rugby Portugal, assumindo um papel que, nas outras modalidades, ditas "em crescimento", ou "emergentes" no panorama desportivo nacional, já existe há muito tempo (e em alguns casos já são muitos os projectos a assumir essa função): o de meio de comunicação independente dedicado em exclusivo à modalidade.

Não posso deixar de me revoltar, enquanto autor, quando nesta temporada, tal como na anterior, constato que, para obter certas informações, é necessário não só estar avisado previamente como tenho ainda que efectuar contactos para as confirmar. Falo de informações básicas, que vão de conferências de imprensa a treinos, passando por apresentações e entrevistas, em suma, tudo material que, obrigatoriamente, tem que estar disponível para quem quer trabalhar, de forma estruturada e coerente, na modalidade, dando a cara pelo trabalho que realiza e responsabilizando-se (legalmente, se for preciso chegar a esses termos) por aquilo que publica.

O que em Portugal, salvo os jornais desportivos (A Bola, Record ou O Jogo, por exemplo) e os jornalistas que trabalham com publicações como o DN, o Expresso ou o Público, quer dizer, por ora, o Rugby Portugal ou revistas como a Jogada do Mês, sendo o nosso o único (actualmente) exemplo de um espaço independente exclusivamente dedicado ao rugby.

Passado quase um ano e meio da fundação (e registo legal) deste projecto (5 de Outubro de 2008), independentemente da terminologia que os nossos visitantes lhe dêem (o IGAC e o vosso autor chamam-lhe de website, pois é essa a designação que se enquadra na estrutura e tipo de trabalho que faço, corrigindo aqui o tempo verbal, face ao apoio e ajuda que tenho, para um mais correcto fazemos), verificamos que os apoios nos estão bloqueados ou escasseiam, que as instituições, mesmo que não o façam de propósito, se esquecem que não existe nenhuma obrigação da nossa parte de usar a informação, mas sim da deles de a fornecerem gratuitamente, de forma pública e atempada, favorecendo assim uma cultura, no que à internet diz respeito, de blogues, que tiveram em casos como o 'Zé do Melão', o 'Raguebi Tuga' e muitos outros, os mais notórios (e infelizes, na opinião deste autor), exemplos.

Querem os adeptos do rugby português acreditar que mesmo qualificando-se a Selecção Nacional para novo Mundial, tendo em conta que este se realiza na Nova Zelândia e não em França, onde contámos com o apoio duma numerosa (e fantástica) comunidade de emigrantes, vamos conseguir "dar o salto" sem fazer aquilo que, de 2007 para 2010 não foi feito, isto é, expandir e melhorar as infra-estruturas dos clubes portugueses (criando condições para a recepção de novos atletas e a prática, nalguns casos, do rugby de alto nível) e incentivar a divulgação da modalidade via novos projectos (que não falem apenas dos Lobos e dêem a conhecer aos portugueses que gostam de desporto a comunidade, as competições, os clubes e as principais notícias do rugby nacional), duas prioridades que deviam estar no topo dos projectos dos nossos dirigentes mas que aparentam estar na gaveta, como se fosse possível construir uma casa sem alicerces, sem uma base forte?

Neste dia em que jogamos com a Roménia o primeiro encontro de "tudo ou nada" para o próximo Mundial, recordo a todos (os que ainda querem ouvir) que sem o vosso apoio, sem um mínimo de divulgação, sem uma postura correcta de quem lidera as principais instituições da modalidade, sem uma mudança radical nesta mentalidade caduca face à divulgação gratuita, organizada e atempada da informação, sem que se abandone o "quintal" e se comece urgentemente a pensar no bem do colectivo, aquilo que é o interesse suscitado pelo rugby neste momento em Portugal passará (e com ele irão os apoios e a margem de manobra para trabalhar) sem que se tenham dado passos para assegurar que no futuro os feitos alcançados pela equipa técnica liderada pelo Prof. Tomaz Morais não foram apenas uma página histórica e única no rugby português mas sim a base que inspirou a comunidade a levar a prática deste desporto no nosso país a um novo patamar, consolidando-o ao nível de outras nações, ditas emergentes, do rugby mundial.


Bernardo Manuel Carmona Rosmaninho

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