O seleccionador nacional deu uma entrevista à Associação de Rugby do Sul em que fala essencialmente daquilo que o levou e leva a gostar de Rugby.... Escreveu também, como sempre acontece às 3as um artigo no jornal "A Bola" que segue as mesmas linhas de pensamento.
ARS - Como começou a jogar rugby?
Tomaz Morais - Comecei a jogar rugby nos finais dos anos 70 no Dramático de Cascais.
ARS - Foi obrigado a parar devido a lesão…
TM - Sim, sofri uma lesão traumática nas costas que me obrigou a abandonar a prática da modalidade.
ARS - Que valores transmite o rugby que faz com que se destaque de outros desportos?
TM - Sentido colectivo, espírito equipa, respeito, persistência, empenho, atitude positiva, humildade. Estes são apenas alguns dos valores que o rugby transmite embora não sejam diferentes dos outros desportos colectivos. O facto do rugby ser um desporto colectivo de contacto e ter características muito próprias difere das características dos outros desportos colectivos. Não seria justo afirmar que só o rugby os ensina. Quem entra no rugby e aprende a gostar deste desporto jamais quer sair!
ARS - Na sua opinião o impacto gerado pela Selecção Nacional, com o Mundial de 2007, foi positivo para a evolução do Rugby em Portugal?
TM - Foi, porque deu a conhecer a modalidade ao país inteiro e transmitiu valores dos quais a sociedade gosta de se rever.
ARS - Como consequência desse impacto pode-se (e deve-se) falar, no nosso país, num rugby antes e noutro pós Mundial?
TM - Através da nossa participação, neste momento, o rugby é mais escrito e falado, temos mais jovens a jogar e sponsors a apostar na modalidade. Todos os agentes do rugby estão a fazer um grande esforço em manter e mesmo aumentar esta procura pelo rugby.
ARS - No seu livro “Compromisso: Nunca Desistir”, de Outubro de 2006, retrata um Portugal invejoso, que não se compraz no sucesso do outro, como explica, então, o “delírio” pela Selecção Nacional causado pelo Mundial?
TM - Tal como já referi a Selecção jogou com orgulho, paixão e superou os seus limites. Factos estes que os portugueses admiram. O contexto referenciado no livro não pode ser utilizado numa situação destas. Também não considero que retrate um Portugal puramente invejoso, mais em situações que se revela competitividade empresarial. Muitas vezes o sucesso é visto com inveja e não como resultado de um trabalho árduo, das pessoas envolvidas. Como em tudo, temos sempre quem aprecie e manifeste o seu contentamento e quem simplesmente critique negativamente, muitas vezes sem mesmo conhecer a realidade do que comenta. Ainda me recordo de muitas crónicas que foram publicadas e que eram muito criticas e destrutivas, nomeadamente antes da equipa apresentar qualquer resultado. Outros, por sua vez sentiram imenso orgulho na forma como aqueles jovens deram tudo por Portugal.
ARS - Tal como termina o seu livro” quando se perde a coragem perde-se tudo”, serão a "Motivação” e a “Coragem” o segredo do seu sucesso?
TM - São dois dos valores que preservo e fomento na minha forma de estar, no entanto penso ser um pouco simplista podermos resumir o sucesso apenas a dois factores.
ARS - No seu livro pode-se ler, ainda, ”No desporto como nos negócios, o importante é concretizar os objectivos”. Quais são os seus para o futuro?
TM - Os meus objectivos passam pela melhoria e desenvolvimento não só das equipas nacionais como do desenvolvimento do rugby Português em geral.
ARS - Refere-se muito a expressões como “união”, “compromisso”, “espírito de equipa”. Não se aplicando estes valores, somente, ao Desporto como os aplica fora dele?
TM - São três valores que me ajudam a saber estar em equipa e a saber estar em tudo o que faço dentro ou fora do desporto.
ARS - A FPR adoptou o slogan “ O Rugby é um Ensaio para a Vida”. O que vê de inspirador no “Ensaio”?
TM -Ensaio significa a concretização de um dos objectivos principais do jogo de Rugby, para mim ajuda-nos a preparar para a vida.
ARS - Porquê o nome “Lobos” para a Selecção Nacional?
TM - A designação foi escolhida pela direcção presidida pelo Eng. Pedro Ribeiro, nomeadamente pelo Eng. Pedro Lynce de Faria que na altura definiu as características da nossa selecção como as reveladas pelo Lobo Ibérico.
ARS - Já teve proposta para treinar no estrangeiro?
TM - Sim
ARS - Porque não aceitou?
TM - Porque tinha compromissos com a FPR e na altura com os jogadores e respectivo projecto em que estávamos envolvidos.
ARS - Há quem o considere o “Mourinho do Rugby”. Como se define enquanto treinador?
TM - Sou um treinador que gosta muito daquilo que faz, de grandes desafios e causas. Trabalhador por natureza, exigente e com espírito de missão.
ARS - Que diferenças podemos encontrar entre a Selecção que nos irá representar no próximo Mundial e a que disputou o de 2007?
TM - Primeiro teremos que nos apurar para o próximo Mundial, no entanto, serão duas equipas muito diferentes, mas iguais nas suas intenções e personalidade.
ARS - O que poderá dizer aos jovens que os leve a praticar Rugby?
TM - Que é um desporto extremamente completo que nos ensaia para a vida!
ARS - Como começou a jogar rugby?
Tomaz Morais - Comecei a jogar rugby nos finais dos anos 70 no Dramático de Cascais.
ARS - Foi obrigado a parar devido a lesão…
TM - Sim, sofri uma lesão traumática nas costas que me obrigou a abandonar a prática da modalidade.
ARS - Que valores transmite o rugby que faz com que se destaque de outros desportos?
TM - Sentido colectivo, espírito equipa, respeito, persistência, empenho, atitude positiva, humildade. Estes são apenas alguns dos valores que o rugby transmite embora não sejam diferentes dos outros desportos colectivos. O facto do rugby ser um desporto colectivo de contacto e ter características muito próprias difere das características dos outros desportos colectivos. Não seria justo afirmar que só o rugby os ensina. Quem entra no rugby e aprende a gostar deste desporto jamais quer sair!
ARS - Na sua opinião o impacto gerado pela Selecção Nacional, com o Mundial de 2007, foi positivo para a evolução do Rugby em Portugal?
TM - Foi, porque deu a conhecer a modalidade ao país inteiro e transmitiu valores dos quais a sociedade gosta de se rever.
ARS - Como consequência desse impacto pode-se (e deve-se) falar, no nosso país, num rugby antes e noutro pós Mundial?
TM - Através da nossa participação, neste momento, o rugby é mais escrito e falado, temos mais jovens a jogar e sponsors a apostar na modalidade. Todos os agentes do rugby estão a fazer um grande esforço em manter e mesmo aumentar esta procura pelo rugby.
ARS - No seu livro “Compromisso: Nunca Desistir”, de Outubro de 2006, retrata um Portugal invejoso, que não se compraz no sucesso do outro, como explica, então, o “delírio” pela Selecção Nacional causado pelo Mundial?
TM - Tal como já referi a Selecção jogou com orgulho, paixão e superou os seus limites. Factos estes que os portugueses admiram. O contexto referenciado no livro não pode ser utilizado numa situação destas. Também não considero que retrate um Portugal puramente invejoso, mais em situações que se revela competitividade empresarial. Muitas vezes o sucesso é visto com inveja e não como resultado de um trabalho árduo, das pessoas envolvidas. Como em tudo, temos sempre quem aprecie e manifeste o seu contentamento e quem simplesmente critique negativamente, muitas vezes sem mesmo conhecer a realidade do que comenta. Ainda me recordo de muitas crónicas que foram publicadas e que eram muito criticas e destrutivas, nomeadamente antes da equipa apresentar qualquer resultado. Outros, por sua vez sentiram imenso orgulho na forma como aqueles jovens deram tudo por Portugal.
ARS - Tal como termina o seu livro” quando se perde a coragem perde-se tudo”, serão a "Motivação” e a “Coragem” o segredo do seu sucesso?
TM - São dois dos valores que preservo e fomento na minha forma de estar, no entanto penso ser um pouco simplista podermos resumir o sucesso apenas a dois factores.
ARS - No seu livro pode-se ler, ainda, ”No desporto como nos negócios, o importante é concretizar os objectivos”. Quais são os seus para o futuro?
TM - Os meus objectivos passam pela melhoria e desenvolvimento não só das equipas nacionais como do desenvolvimento do rugby Português em geral.
ARS - Refere-se muito a expressões como “união”, “compromisso”, “espírito de equipa”. Não se aplicando estes valores, somente, ao Desporto como os aplica fora dele?
TM - São três valores que me ajudam a saber estar em equipa e a saber estar em tudo o que faço dentro ou fora do desporto.
ARS - A FPR adoptou o slogan “ O Rugby é um Ensaio para a Vida”. O que vê de inspirador no “Ensaio”?
TM -Ensaio significa a concretização de um dos objectivos principais do jogo de Rugby, para mim ajuda-nos a preparar para a vida.
ARS - Porquê o nome “Lobos” para a Selecção Nacional?
TM - A designação foi escolhida pela direcção presidida pelo Eng. Pedro Ribeiro, nomeadamente pelo Eng. Pedro Lynce de Faria que na altura definiu as características da nossa selecção como as reveladas pelo Lobo Ibérico.
ARS - Já teve proposta para treinar no estrangeiro?
TM - Sim
ARS - Porque não aceitou?
TM - Porque tinha compromissos com a FPR e na altura com os jogadores e respectivo projecto em que estávamos envolvidos.
ARS - Há quem o considere o “Mourinho do Rugby”. Como se define enquanto treinador?
TM - Sou um treinador que gosta muito daquilo que faz, de grandes desafios e causas. Trabalhador por natureza, exigente e com espírito de missão.
ARS - Que diferenças podemos encontrar entre a Selecção que nos irá representar no próximo Mundial e a que disputou o de 2007?
TM - Primeiro teremos que nos apurar para o próximo Mundial, no entanto, serão duas equipas muito diferentes, mas iguais nas suas intenções e personalidade.
ARS - O que poderá dizer aos jovens que os leve a praticar Rugby?
TM - Que é um desporto extremamente completo que nos ensaia para a vida!
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Artigo de Opinião n'A Bola:
Uma Paixão...
Ao longo dos anos o Râguebi tem sido visto como um jogo violento, praticado por uma elite disposta a sacrificar o corpo e o espírito em prol da equipa...mas será mesmo um jogo violento?Haverá mais lesões e intenções negativas, sem ética e sem respeito do que comparando com outras modalidades? Sem dúvida o Râguebi é uma modalidade desportiva colectiva jogada por homens e mulheres a quem desde muito cedo lhe é transmitido, de uma forma muito evidente, os valores e os princípios inerentes ao espírito desportivo.
O contacto físico, duro mas nunca violento (porque as regras, a lógica e a forma de estar no jogo jamais o permitiriam), surge de uma forma progressiva e pedagógica. Respeitam-se tamanhos, maturidades e níveis de desenvolvimento físico e técnico distintos. O râguebi permite, que até um determinado momento, os rapazes e as raparigas joguem em equipas mistas sem que isto se torne um problema, mas uma forma efectiva de aprendizagem do respeito pela diferença. Este sentido colectivo, baseado num forte saber estar em equipa, favorece o apreço e a amizade pelos companheiros, pelos adversários e pelo árbitro. O facto de partilharem os seus objectivos individuais e assim criarem um objectivo colectivo comum, ajuda-os a compreender que a equipa é só uma e está sempre acima das suas vontades individuais. Aprendem naturalmente a ganhar, sem no entanto tornarem essa intenção uma forma obsessiva de vencer a todo o custo. A confiança, que vai surgindo e solidificando dentro de uma equipa de râguebi é um dos pilares mais fortes que os ajuda a perceber, que independentemente da função e da qualidade de cada um, todos são precisos para se atingir fim definido. Neste jogo ensina-se e treina-se os jogadores a ultrapassarem adversidades e crises através de uma superação constante baseada na ética, no rigor e na disciplina. Quando a ética é perdida, ganhar deixa de fazer sentido. No râguebi cria-se um bichinho que depois de desenvolvido se torna numa paixão. Esta é talvez a maior das diferenças que o râguebi consegue alimentar, bem ilustrada pela forma como o nosso hino maravilhou e surpreendeu o mundo do desporto no último mundial.
Ao longo dos anos o Râguebi tem sido visto como um jogo violento, praticado por uma elite disposta a sacrificar o corpo e o espírito em prol da equipa...mas será mesmo um jogo violento?Haverá mais lesões e intenções negativas, sem ética e sem respeito do que comparando com outras modalidades? Sem dúvida o Râguebi é uma modalidade desportiva colectiva jogada por homens e mulheres a quem desde muito cedo lhe é transmitido, de uma forma muito evidente, os valores e os princípios inerentes ao espírito desportivo.
O contacto físico, duro mas nunca violento (porque as regras, a lógica e a forma de estar no jogo jamais o permitiriam), surge de uma forma progressiva e pedagógica. Respeitam-se tamanhos, maturidades e níveis de desenvolvimento físico e técnico distintos. O râguebi permite, que até um determinado momento, os rapazes e as raparigas joguem em equipas mistas sem que isto se torne um problema, mas uma forma efectiva de aprendizagem do respeito pela diferença. Este sentido colectivo, baseado num forte saber estar em equipa, favorece o apreço e a amizade pelos companheiros, pelos adversários e pelo árbitro. O facto de partilharem os seus objectivos individuais e assim criarem um objectivo colectivo comum, ajuda-os a compreender que a equipa é só uma e está sempre acima das suas vontades individuais. Aprendem naturalmente a ganhar, sem no entanto tornarem essa intenção uma forma obsessiva de vencer a todo o custo. A confiança, que vai surgindo e solidificando dentro de uma equipa de râguebi é um dos pilares mais fortes que os ajuda a perceber, que independentemente da função e da qualidade de cada um, todos são precisos para se atingir fim definido. Neste jogo ensina-se e treina-se os jogadores a ultrapassarem adversidades e crises através de uma superação constante baseada na ética, no rigor e na disciplina. Quando a ética é perdida, ganhar deixa de fazer sentido. No râguebi cria-se um bichinho que depois de desenvolvido se torna numa paixão. Esta é talvez a maior das diferenças que o râguebi consegue alimentar, bem ilustrada pela forma como o nosso hino maravilhou e surpreendeu o mundo do desporto no último mundial.
1 comentário:
Sábias palavras... Era bom que todos nós tenhamos estas palavras gravadas no nosso pensamento...
rasteiro
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